terça-feira, 15 de março de 2011

Fichamento



A partir do levantamento bibliográfico já é possível fazer uma análise mais aprofundada das fontes de informações selecionadas. Nesse sentido, Rampazzo (2005, p. 78) orienta sobre "[...] a seguinte ordem lógica: inicia-se pelos textos mais recentes e mais gerais, indo para os mais antigos e mais particulares”.

Quanto às obras gerais, entende-se por enciclopédias, dicionários, tratados, dentre outros, analisando posteriormente as monografias especializadas e artigos de periódicos técnico-científicos, de suma importância quanto à atualização do assunto. Tal orientação baseia-se no fato de que, as obras mais recentes contém contribuições relevantes de textos mais antigos, evitando-se dessa forma, perda de tempo com textos ultrapassados.

Nesta fase de análise é que se define quais textos serão realmente aproveitados, objetivando “pinçar” elementos relevantes para o núcleo das idéias que serão defendidas. Tais elementos é que irão compor o referencial teórico, para reforçar, apoiar e justificar as idéias que  pretende defender. O apoio em autores é necessário e obrigatório visando à objetividade fundamentada em teorias/achados de outros pensadores que já estudaram o assunto.

Mas como organizar os textos selecionados e analisados, para posteriormente serem utilizados como referencial teórico? Para tanto, é necessário fazer o fichamento, anotando todos os dados da fonte, e claro, os textos de interesse.

O fichamento é, na verdade, um rascunho que permitirá utilizar todas as fontes e textos selecionados, de forma lógica e organizada. Do contrário, o pesquisador ficará perdido em meio a tantas informações.

Como nem sempre temos à mão um computador para fazer anotações, o pesquisador poderá utilizar fichas pautadas, ou mesmo uma folha de caderno, mantendo sempre um padrão para anotações. Seja no computador, em folhas avulsas ou fichas pautadas, os fichamentos poderão ser feitos conforme exemplos abaixo:


PALAVRA-CHAVE (assunto)

Iniciar com a referência do material (livro, artigo de periódico, etc.) conforme modelo abaixo (ver norma ABNT 10623 para referências dos diferentes tipos de materiais).

SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. edição. Local: Editora, ano de publlicação.

Texto:

a) abrir e fechar com aspas os textos que forem literalmente copiados (citação direta), colocando entre parênteses o número da página em que consta o texto para posteriormente utilizar em citações no texto da monografia;

b) quando houver citação de outro autor no texto, (citação de citação) anotar “citado por este autor”;

c) quando for um resumo do texto com suas próprias palavras (citação indireta) não colocar aspas, para diferenciar o seu texto, do texto do autor utilizado, não esquecendo posteriormente de citar o autor e página.

Para formatos de citações consultar a Norma da ABNT 10520
Observações: anotações que o pesquisador ache importante colocar


Exemplo prático:


SENSO CRÍTICO

CARRAHER, David W. Senso crítico: do dia-a-dia às ciências humanas. 5 ed. São Paulo: Loyola, 1999.

a) “Um indivíduo que possui a capacidade de analisar e discutir problemas inteligente e racionalmente, sem aceitar, de forma automática, suas próprias opiniões ou opiniões alheias é um indivíduo dotado de senso crítico.” (p.XIX);

b) Para Chauí (1982), citada por Carraher, “As ideologias são conjuntos de idéias que funcionam como justificativas de um sistema de valores [...]”;

c) A argumentação pode ser contaminada por uma falácia, que, segundo Carraher (p.27) consiste em um erro de raciocínio, tornando-a sem fundamento apropriado


Observações: obra localizada na Biblioteca da Universidade


Ao final dos fichamentos o pesquisador terá condições de desenvolver a redação científica apoiando-se nos textos anotados. Terá ainda, facilidade e segurança para a elaboração da listagem de Referências dos autores citados, evitando esquecer referenciar um autor citado ou mesmo, esquecer de citar um autor indicado nas referências.

Caso o pesquisador faça o fichamento em computador, o que é sem dúvida mais prático, poderá compor arquivos com os assuntos que serão abordados, digitando os textos no formato acima indicado. Assim, quando for utilizá-los bastará copiar e colar, tanto os textos quantos as referências.

Uma forma bastante prática de não se esquecer de referenciar nenhum autor citado, é ir copiando e colando as referências dos fichamentos (em ordem alfabética de sobrenome de autor) à medida que os autores forem sendo citados.

Direitos autorais: este artigo poderá ser copiado desde que a fonte seja citada.

Referências:
CARRAHER, David W. Senso crítico: do dia-a-dia às ciências humanas. 5 ed. São Paulo: Loyola, 1999.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. 3 ed. São Paulo: Loyola, 2005.


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